terça-feira, 19 de abril de 2011

INTRODUÇÃO

Escrever é esquecer!


A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm.
A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida.
Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
- Fernando Pessoa


Vou tentar escrever um romance com todas as deformidades de minha alma.

Tenho a sensação que é ainda muito cedo para se compreender o que escrevo.
Eu não escrevo assim tão bem! Não sei.
Sei que o livro será feito com alegria e vontade de aprender.
Não tenho pretensão sequer de um dia publicar alguma coisa.
Tentarei dar-lhe vida, memórias e sentimentos.
Eu não sei se vou ler ou relembrar tudo aquilo que vou escrever, mas se um dia o ler vou olhar da maneira mais distante, porque já saiu de mim, já morreu para mim, está a viver noutro lado qualquer. E já não precisa de mim.
Um livro acabado é isto: um livro que já não precisa de ti para continuar a viver.

O que significa amar verdadeiramente alguém?
Todos os dias espero por ti, é um romance intimista que sobretudo realça o amor maior pela vida e pelo amor ao próximo, como uma impressão real da vida.
Esta é a minha história, é a vossa história; prometo não deixar nada de fora. No início vão chorar, e depois vão sorrir – não digam que não vos avisei!